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Narciso

Narciso

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

UM RESUMO DA LENDA NARCISO

RESUMO
Narciso, jovem dotado de beleza singular, apaixonou-se pela própria imagem e ficou a contemplá-la até morrer. A lenda grega é transportada, para descrever um comportamento de perversão sexual. Sigmund Freud utiliza, mais tarde, o termo narcisismo, sobre o qual chega mesmo a escrever um artigo, e que passou a ocupar um lugar de destaque na teoria de desenvolvimento sexual humano, e que contribuiu no desenvolvimento da segunda tópica do aparelho psíquico, segundo Freud.


I. A lenda

Na tradição grega, o termo narcisismo designa o amor de um individuo por si mesmo. Esta lenda, surgida provavelmente da superstição grega segundo a qual contemplar a própria imagem prenunciava má sorte, e esta personagem foram tornadas celebres por Ovídeo, na terceira parte das Metamorfoses. Transmitiu-se à cultura ocidental por intermédio dos autores renascentistas.
Filho do deus Céfiso, protector do rio do mesmo nome, e da ninfa Liríope, Narciso era um jovem dotado de uma beleza singular. No dia de seu nascimento, o adivinho Tirésias vaticinou que Narciso teria vida longa desde que jamais contemplasse a própria figura. Com a sua beleza atraio o desejo de muitas ninfas, entre elas Eco, a qual foi repelida. Desesperada, esta ficou doente e pediu a Deusa Némesis que a vingasse.
Narciso, durante uma caçada, fez uma pausa junto a uma fonte de águas claras. Olhando-as, viu-se refletido nas águas e supôs estar a ver outro ser. Paralisado, nunca mais consegui desviar os olhos daquele rosto que era o seu. Apaixonado por si próprio, Narciso mergulhou os braços na água para abraçar aquela imagem que não parava de se esquivar. Torturado por esse desejo impossível, chorou e acabou por entender que era ele mesmo o objecto do seu amor. Ficou a contemplar a sua imagem até morrer. A flor conhecida pelo nome de Narciso nasceu, então, no lugar onde morrera.


II. O Narcisismo
Narcisismo, como termo, foi empregue pela primeira vez em 1887, pelo psicólogo francês Alfred Binet (1857-1911), e com ele Binet queria descrever um certo tipo de fetichismo, que poderia designar uma atitude de vida sexual normal, quando privilegia uma parte do corpo do parceiro, ou uma perversão sexual, se a sua atenção se centra numa parte do corpo do parceiro ou objectos relacionados com o corpo, os quais assumem carácter exclusivo de excitação sexual ou mesmo de acto sexual.
Mais tarde a expressão narcissus like foi usada por Havelock Ellis, em 1898, para descrever um comportamento perverso relacionado com o mito de Narciso, e que se caracterizava por uma vertente patológica de uma forma de amor voltada para a própria pessoa.
No ano de 1899, num comentário sobre um artigo de Ellis, o criminologista Paul Nacke (1851-1913) introduza o termo em alemão: Narzissmus, para significar, desta vez, uma verdadeira perversão sexual.

III – Narcisismo e Psicanálise

Embora o conceito de narcisismo tenha representado somente um parêntese no pensamento de Freud, ele trouxe contribuições e modificações importantes para a teoria metapsicológica.
Pela pena de Freud, este conceito surge pela primeira vez nas Notas psicanalíticas sobre um caso de paranóia (1911), precisamente no ano em que Binet faleceu. Aqui o narcisismo aparece como um ponto de fixação das psicoses, denominadas “neuroses narcísicas”.
Merece, por parte de Freud, maior destaque num artigo denominado: Sobre o narcisismo: uma introdução (1914). Neste ultimo artigo, mais elaborado e amplo, são discutidas as implicações teóricas do narcisismo, e o termo adquiriu um valor de conceito e, ao mesmo tempo, permitiu a Freud explicar a psicose como um retorno da libido sobre o sujeito, mas também um conceito clínico que descreve um conjunto de atitudes humanas dominadas por dois traços principais: o desinteresse pelo mundo exterior e uma imagem de si grandiosa.
No fenômeno libidinal, o narcisismo passou então a ocupar um lugar essencial na teoria do desenvolvimento sexual do ser humano. Freud teorizou que o narcisismo incluía a ego-absorção, amor pelo próprio ego e auto-engrandecimento, como tentativas de satisfazer necessidades infantis, ele acreditava que todas as pessoas atravessavam uma fase normal de narcisismo infantil, e acreditava que o estudo do narcisismo patológico poderia ajudar a compreender a psicodinâmica do narcisismo em indivíduos normais. Originalmente, na criança, a libido não está exclusivamente virada para outros seres, como o pai ou a mãe. A criança toma também o seu próprio eu como objecto de amor. A esta tendência Freud designou narcisismo.
O narcisismo designa um deslocamento da libido para o próprio corpo e a própria pessoa do sujeito, ao contrário da libido de objecto ou objectal (a parte do investimento das pulsões sexuais que não tem o Eu com objecto).
Quando, por um processo regressivo, o narcisismo reaparece no adulto e este substitui o objecto sexual exterior pelo próprio corpo, trata-se de uma perversão, por outras palavras, é um comportamento pelo qual um individuo trata o próprio corpo da mesma maneira como se trata habitualmente o corpo de uma pessoa amada. Ser apaixonado por si mesmo, define-se assim o narcisismo, segundo o mito grego do jovem Narciso que Ovídeo imortalizou.
Na criança, essa tendência liga-se ao auto-erotismo próprio da sua sexualide. Assim podemos falar de um narcisismo primário, infantil, que diria respeito à criança e à escolha que esta faz da sua pessoa como objecto de amor, numa etapa precedente à plena capacidade de se voltar para objectos exteriores, pois o narcisismo é anterior ao amor objectal: « O narcisismo constitui o estado geral e primitivo do qual o amor dos objectos só saiu posteriormente, sem que com a sua aparição, tenha provocado o desaparecimento do narcisismo», referia Freud (Melaine Klein refutou a idéia de narcisismo primário de Freud. Propôs que as relações de objecto existem desde o começo da vida, não aceitando processos anobjectais. No seguimento de Klein, Etchegoyen, questionou, também ele o conceito de narcisismo primário.)
O narcisismo não desaparece nunca, permanece em segundo plano, ou é recalcado, no homem normal. Corresponderia, no percurso do desenvolvimento individual, a um estádio intermediário entre o auto-erotismo e a escolha de objecto. O investimento ulterior do objecto pela pulsão sexual, resultaria num deslocamento do Eu como objecto, dirigindo-se este a um objecto externo. Dado isto, Freud postula a existência simultânea e incisiva de uma oposição entre a líbido do ego e a líbido do objecto, o que o levou a considera a hipótese de um movimento pendular entre as duas forças, de tal modo que se uma perde a outra ganha. Este equilíbrio desejado, se desequilibrado, leva, segundo a visão psicanalítica, a uma canalização excessiva de energia para um dos lados, ou seja, um investimento no Eu ou no Objecto, propiciando patologias futuras, pois nada aparece nas distorções patológicas que não repita um estado psíquico anterior, geralmente necessário ao desenvolvimento do individuo. O deslocamento do Eu para o objecto externo é entendido como um investimento aos objectos, porem a líbido pode-se separar do objecto e retornar ao Eu. A própria líbido normal pode regressar ao Eu! O sono representa esse estádio, em que a líbido se desliga dos objectos e regressa ao Eu, e reproduz o estado perfeitamente feliz de narcisismo absoluto, que era o nosso estado na vida intra-uterina.
O estudo de Freud sobre o narcisismo, foi um grande passo no desenvolvimento da segunda tópica, ou seja, do modelo estrutural (ego, super-ego e id) da mente. Foi então retomada a questão da localização do narcisismo primário, que até aqui era contemporâneo da constituição do Ego, e que foi situado como o primeiro estado da vida – anterior, portanto, à constituição do Ego.
Freud, com a elaboração da segunda teoria do aparelho psíquico, opôs um estado narcísico primário (anobjectal), caracterizado pela ausência de relações com o meio, indiferenciação entre o ego e o id e as relações com o objeto. O protótipo desse estado primitivo é a vida intra-uterina, da qual o sono, seria, como já referi anteriormente, uma reprodução aproximada. Freud coloca o narcisismo como uma etapa entre o auto-erotismo e o amor objectal e, segundo Laplanche, essa profunda modificação na concepção de Freud, que leva ao desaparecimento da distinção entre auto-erotismo e narcisismo, vem trazer alguns problemas teóricos. A idéia de um narcisismo contemporâneo à formação do ego em que a líbido retirada dos objetos reflui ao primeiro através da identificação é denominado “narcisismo secundário”.

Fonte: http://teixeiradevasconcelos.blogspot.com/2005/12/narciso-da-lenda-ao-pensamento.html



Fonte: http://sc.lara.zip.net/images/Narciso034.jpg

domingo, 8 de novembro de 2009

Paixão

Eu estava caminhando para o meu trabalho quando eu pensei...a paixão é pressuposto para o amor, não se ama sem primeiro si apaixonar. Ai pensei... nossa eu passei a minha vida escutando que a paixão naõ é uma coisa legal, pelo simples motivo de ser passageira. É justo pensar assim? Eu acredito que não e tenho certeza que vou perdurar por muito tempo com este conceito, até que alguém me convensa o contráro.

http://www.kboing.com.br/script/radioonline/busca_artista.php?artista=ivetesangalo&cat=music

sábado, 12 de setembro de 2009


A Lenda de Narciso


Narciso era um belo rapaz que todos os dias ia contemplar sua beleza num lago.

Era tão fascinado por si mesmo que certo dia caiu dentro do lago e morreu afogado.

No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que chamaram de narciso.

Quando Narciso morreu, vieram as Oreiades - deusas do bosque -

e viram o lago transformado, de um lago de água doce,

num cântaro de lágrimas salgadas.

- Por que você chora? - perguntaram as Oreiades.
- Choro por Narciso - respondeu o lago.
- Ah, não nos espanta que você chore por Narciso - continuaram elas.
Afinal de contas, apesar de todas nós sempre corrermos atrás dele pelo bosque,

você era o único que tinha a oportunidade de contemplar de perto sua beleza.

- Mas Narciso era belo? perguntou o lago.
- Quem mais do que você poderia saber disso?

- responderam surpresas as Oreiades.

- Afinal de contas, era em suas margens que ele se debruçava todos os dias.

O lago ficou algum tempo quieto e por fim disse:
- Eu choro por Narciso, mas jamais havia percebido que Narciso era belo.
"Choro por Narciso porque, todas as vezes que ele se deitava

sobre minhas próprias margens eu podia ver, no fundo dos seus

olhos minha própria beleza refletida."